quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Petroleiros mantêm indicativo de greve; data será decidida terça

Os petroleiros decidem a data da greve na terça-feira (22), durante reunião do Conselho deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP). A paralisação foi definida na segunda-feira (7), quando assembleias em todo o país rejeitaram a primeira contraproposta da Petrobras e definiram o dia de hoje (16) como indicativo para a greve. No entanto, a empresa apresentou nova contraproposta, o que fez com que os trabalhadores avaliassem e votassem a nova proposta, que será rejeitada pela categoria.



A afirmação é do coordenador-geral da FUP, João Antônio de Moraes. “Temos prévias no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Amazonas. E todas elas estão atendendo ao indicativo da Fup, de rejeitar a nova tentativa da empresa de atrasar a paralisação. A questão principal, que é a segurança dos trabalhadores, não avançou. Temos direito de participar de todas as reuniões da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), que são 12 ao ano, e ela propôs que participássemos apenas de duas delas”, explicou ao Vermelho Moraes. Apesar de nenhum sindicato ter concluído as assembleias, ele disse que já é possível afirmar essa  contraproposta também será rejeitada.

Moraes acrescentou que os 12 sindicatos filiados à Fup devem realizar novas assembleias para que todos os trabalhadores possam ter a oportunidade de participar do processo de negociação. Na reunião do conselho, representantes das 12 entidades estarão presentes e apresentarão um balanço das discussões e votações.

A empresa, que fez uma nova tentativa de negociação na segunda-feira (14), melhorou a questão financeira: reajuste de 10,71%, que dá ganho real entre 2,5% e 3,3%, segundo cálculos da Fup, além de alguns benefícios a mais no plano de saúde e fundo de previdência. A primeira proposta da Petrobras era de 9% de reajuste. Até às 15h, não havia emitido novo posicionamento sobre a questão.

A pauta de reivindicação dos petroleiros é 10% de aumento real, reforço na política de saúde e segurança, aumento no total de trabalhadores, melhoria nos benefícios e igualdade de direitos para trabalhadores terceirizados.

Segundo a Fup, a cada 10 mortes ocorridas por causa de acidente de trabalho, nove são trabalhadores terceirizados, que recebem menos treinamentos, salários menores e equipamentos inferiores. Os dirigentes sindicais afirmam que 16 trabalhadores morreram neste ano em acidentes, sendo 14 terceirizados. Desde 1995, pelo menos 310 trabalhadores morreram em acidentes na Petrobras e subsidiárias, segundo a FUP.

Deborah Moreira, da redação do Vermelho

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